A partir de 1º de outubro, os turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália não terão mais isenção de visto para entrar no Brasil, de acordo com uma decisão do Governo Federal.
Essa medida encerra a isenção unilateral de visto para esses viajantes que estava em vigor desde 2019, permitindo que eles entrassem no Brasil sem visto, enquanto ainda exigiam essa autorização dos brasileiros.
A isenção de visto se estendia a turistas que visitavam o Brasil para fins de negócios, Turismo, atividades artísticas e esportivas e trânsito, e também se estendia a pessoas “em situações excepcionais por interesse nacional”.
Embora os procedimentos administrativos para a retomada do visto estejam sendo providenciados, as instituições que representam o turismo no Brasil discordam da suspensão da isenção, considerando-a um retrocesso.
O Ministério das Relações Exteriores determinou que a embaixada do Brasil em cada um dos quatro países impactados comunique oficialmente a medida aos governos locais.
Números não significativos motivaram o fim da isenção de visto
O governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro, concedeu essa isenção com o objetivo de aumentar o número de visitantes desses países no Brasil. Contudo, após avaliação dos auxiliares do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a isenção unilateral não teve um efeito significativo e, portanto, será suspensa
Essa decisão foi precedida por um estudo do impacto da medida no turismo e pela consideração do princípio da reciprocidade histórico adotado pelo Itamaraty. A pasta comparou os números de turistas em 2018, 2019 e 2022, este último após a eliminação das restrições da pandemia de coronavírus.
Entre 2018 e 2019, o número de turistas americanos aumentou em 12%, passando de 391 mil para 439 mil. Em 2022, esse número caiu para 355 mil, abaixo do nível pré-pandemia. Já no Japão, houve uma queda de 4% no número de turistas entre 2018 e 2019, de 59 mil para 56 mil. Em 2022, apenas 16,8 mil turistas visitaram o Brasil.